Um homem em sã consciência não escolheria o Evangelho, disse o pregador...
Ser cristão e responder ao chamado de negar tudo, perder a vida e seguir a Cristo de fato é loucura! Coisa de gente maluca.
Não reter, não ganhar, não possuir. Esta lógica é contrária a tudo que ouço.
É preciso enriquecer diz a propaganda! Crescer, dominar, fazer célebre meu nome e vê-lo brilhando num outdoor com letras garrafais: Primeiro lugar, este é o cara! Todo o pensamento moderno vêm de encontro aos anseios do eu. Eu faço, eu possuo e eu determino. Até a Deus!
Assim crescemos hoje, num tempo em que planto para colher daqui a alguns segundos, frutos passageiros. Não espero crescer, nada é eterno, quero minha vontade feita, meu desejo, meu direito aqui e agora. Fruto de orgulho, falta de humildade, soberba da alma.
Trazemos isto para a espiritualidade e vivemos num tempo de outro evangelho que nunca foi pregado por nosso Senhor Jesus. Nada a respeito de reter nos foi pregado, fomos chamados a dar e nos foi dito que isto é muito melhor (At 20.35). Não fomos chamados a sermos célebres, famosos, nem ricos. Fomos chamados a sermos santos e a renunciar!
Renunciar? Que papo é este?
A sabedoria do mundo não suporta a loucura do Evangelho, disse o pregador...
Ser cristão é um caminho sem volta que não pode ser feito com mochilas cheias do meu Eu. Ser discípulo é despir-se de mim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo. (Lc 14.33). Tenho que me esvaziar, abandonar, largar pra trás tudo, e, como um peregrino sair agora a construir, não mais a minha imagem, mas me tornar a imagem e semelhança dEle.
Largar minhas vontades no chão, negar a mim mesmo, tomar a minha cruz e seguí-lO. O caminho da vida é Ele, não eu. Se insistir no meu eu, a única coisa que recebo é a morte; se abandonar tudo e O seguir, suportando com perseverança a provação; depois de ter sido aprovado, receberei a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam (Tg 1.12).
Perder a morte e ganhar a vida é fácil quando entendo quem me chamou, disse o pregador...
Fomos chamados a carregar uma cruz e viver uma vida não mais nos padrões do que nos é ensinado hoje. Temos agora outro parâmetro, outro sentido e outro mestre a seguir, pois se eu for meu próprio mestre, me levarei a um péssimo fim.
Seguir a Cristo é renunciar com exemplo. Jesus não é um mestre que manda fazer sem estar comigo. Me manda negar a vida por causa dEle por que Ele já o fez, se esvaziou antes, morreu por mim antes, me escolheu primeiro.
Tenho de renunciar! Agora, não simplesmente para ter vida eterna somente, mas porque Ele o fez antes e me amou primeiro, pois a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz (Fp 2.7).
É preciso renunciar, disse o pregador...
Pr. Bruno Barroso | prbruno@oitavaigreja.com.br