...era homem íntegro e justo; temia a Deus... (Jó 1.1)
Integridade é um conceito facilmente estabelecido, porém desafiador quando o assunto é levado para o campo da prática. Não se corromper moralmente; guardar (e cumprir) a palavra empenhada; seguir fielmente os preceitos bíblicos com os quais publicamente nos comprometemos; enfim, ter (ser) uma vida de integridade é alinhar aquilo que é dito com o que é praticado (coerência; nada de discurso vazio). Eis a razão pela qual integridade se torna um grande desafio da vida cristã.
A Bíblia está recheada de exemplos de homens e mulheres que se destacaram por suas ações de integridade aos olhos do próprio Deus. A título de ilustração, cita-se Noé, Jó, Davi, Hananias (este, de quem o reconstrutor Neemias dá um forte testemunho quando diz se tratar de alguém íntegro e temente a Deus, mais do que a maioria dos homens (Ne 7.2). De fato, a integridade é característica que distingue indivíduos comprometidos com o Reino de Deus daqueles que não são. É marca indelével daquele que teme o Senhor e busca servi-lo de forma aprovada.
O texto sagrado diz que Noé era justo e íntegro entre o povo de sua época (geração), porque andava com Deus (Gênesis 6.9). É fato. Ser íntegro é ser inteiro, completamente dado. É certo o desafio.
Ao contemplarmos a história de Jó, sobre ele ouvimos que sua inteireza é atestada pelo próprio Deus. Ele é um homem moralmente e espiritualmente reto (Jó 1.1 NVI). O Senhor diz que: ...não há ninguém na terra como ele e segue: irrepreensível, íntegro, temente a Deus e que evita o mal (Jó 1.8 NVI). O interessante é que Jó se vê no ambiente sujeito ao pecado, o que colocaria sob prova sua integridade. Ao considerar que sua casa poderia blasfemar contra Deus no coração, ele buscava socorro no perdão do Senhor (Jó 1.5).
A salvação alcança o íntegro (Provérbios 28.18). Com Jó não foi diferente. Assolado por uma série de acontecimentos catastróficos (vide capítulos 1 e 2 de Jó), ele mantém a esperança de ser vindicado. Nem mesmo a esposa, pessoa que restou da família dizimada, o poderá convencer de que Deus é digno de alguma maldição. Jó reconhece, no alto da sua dor e sofrimento, que Deus é benevolente. Sua vida só está segura e preservada porque o Eterno cuidou de fazer isso (Jó 10.12). Quem tentou resistir a Deus e saiu ileso? diz (Jó 9.4). O coração íntegro de Jó o permite exaltar a Deus, com afirmações profundas sobre Seu domínio, poder, magnitude, soberania, providência e misericórdia. Somente alguém em quem o próprio Deus faça brotar comportamento tão reto e íntegro pode agir assim, ainda mais na adversidade.
Deus se revela íntegro ao íntegro (Salmos 18.25). A afirmação do salmista Davi contribui para a compreensão do que se passou com Jó. É reconhecendo a soberania Divina que Jó expressa um dos mais lindos louvores, conforme se observa: Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado (Jó 42.2). E segue: Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram (Jó 42.5). É nesse quebrantamento que o Senhor renova as esperanças do seu servo, ao mesmo tempo que lhe aceita a oração (Jó 42.9).
Quanta riqueza nos ensinamentos de Jó. Quantas bênçãos provêm um coração íntegro, quebrantado e manso (Salmos 51.17). Uma oração boa de se fazer, encontramos nas linhas deste Salmo 51 (verso 10): Cria em mim um espírito estável íntegro (g.n). Sejamos assim, para a glória de Deus. Exemplos não nos faltam!
Pr. Edson Gonçalves Pastor Auxiliar