A adoração é um dos atos mais importantes e mais basilares da fé. Quando falamos da fé cristã, então, não é possível imaginar a existência de um discípulo de Jesus que não se entregue à adoração ao Deus Triuno de corpo, mente e alma. Contudo, a adoração está longe de ser um ato individual, isolado. Ele brota a partir do coração (Deus procura aqueles que o adorem em Espírito e em verdade), mas acontece principalmente num ambiente comunitário, seja na família da fé ou na família natural.
Se nos cultos públicos a adoração é feita geralmente por meio das canções de louvor e das orações, quando pensamos na adoração caseira, familiar, precisamos ir além do experimentado na igreja, principalmente se queremos que nossa família seja cada vez mais adoradora.
Um relacionamento com Cristo: Jesus deixa bem claro que a verdadeira adoração a Deus é dependente de uma vida renovada a partir do novo nascimento no Espírito Santo (veja as suas conversas com Nicodemos e com a samaritana, em João 3 e 4). Cantar músicas cristãs de louvor ou declamar salmos ou qualquer outra porção da Palavra de Deus podem até ser uma experiência positiva, mas só se tornam adoração mediante uma experiência de salvação pela fé em Jesus Cristo. Se todos da família são convertidos, que oportunidade preciosa para se criar um ambiente de adoração, mas é importante lembrar que a adoração entra na família por intermédio da primeira pessoa nascida de novo. Se esse é o seu caso, finque a bandeira da adoração dentro de sua casa por meio de sua própria vida e testemunho, orando para que Deus siga acrescentando os demais, a Seu tempo.
A canção que brota do coração: Por mais que se fale que adoração não é só entoar louvores, há um lugar especial para a música na sua prática. Quando cantamos louvores com letras alicerçadas na Palavra de Deus, estamos expressando a voz de Deus dada a nós. Contudo, nem sempre tocar músicas de louvor em casa é um ato de adoração. É preciso sintonizar o coração no que está sendo tocado. Assim, ainda que você tenha o costume de ouvir com frequência músicas de louvor, reserve um tempo com sua família para adorarem juntos com as canções, fazendo desse momento uma sincera invocação do nome do Senhor Jesus que, certamente, se fará presente.
A Palavra que enche a mente: Paulo sabia bem como a batalha espiritual muitas vezes é travada nos pensamentos dos discípulos. Somos bombardeados constantemente por ideias que militam contra os valores cristãos e lançam sementes do inferno em nossa vida, afastando-nos de uma adoração constante. Por isso ele deixou a instrução de que tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, correto, puro, amável, de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas. (Filipenses 4.8). Como a boca fala do que está cheio do coração (Mateus 12.34), dessa forma criaremos um ambiente de adoração em família com palavras que saem de nossa boca que trazem bênçãos para nossa casa.
As ações que exaltam Seu Nome: Se uma pessoa que pratica boas ações gera glórias a Deus diante dos homens (Mt 5.16), imagine uma família que, unida, pratica tais obras! Fazer o bem é gratificante para a alma, mas, quando percebemos que há também um fator de adoração embutido nessa prática, nada melhor que conduzir nossa família de forma didática nesse sentido. Doações de cestas básicas, entrega de dízimos e ofertas missionárias, abrir a casa para uma célula, participação em ministérios e outras formas de servir deveriam ser atitudes familiares, e não ações individualizadas. Além de aprendermos uns com os outros, crescemos juntos diante do Senhor.
Outras formas de crescer na adoração poderiam ser citadas, mas o mais importante é, juntos, crescermos a cada dia, mudando nossa forma de viver dentro de casa, transformando o ambiente a ponto de, quando alguém colocar os pés em nossa casa, ser reconhecido que nesse lugar há um Deus Vivo e Verdadeiro presente. Começa com cada um de nós, mas pode e deve ser estendido a todos, pois o próprio Senhor nos formou família para seu inteiro louvor.
- Luís F. Nacif Rocha - Pastor Auxiliar