A identidade do ser humano se inicia naquilo que chamamos de objetividade. Seja ignorando a criação pela ótica religiosa ou enquadrando a humanidade pela linha científica, o ser humano tem para sua identidade, nomenclatura, taxonomia ou registro civil as verdades latentes de seu ser.
Preciso partir dos pressupostos bíblicos para relacionar o ser humano e buscar uma definição que o separe, identifique e o distinga dos demais seres.
Somos animais racionais e, assim, binários. Homem e mulher. Foi assim que Deus fez. Obviamente, isso se comprova na ciência, pois não existe um terceiro sexo.
Mesmo que nem todos os seres humanos se definam pela heterossexualidade, para a manutenção da vida vemos que a humanidade sempre retornará à prática sexual natural para assim se manter viva.
Assim sendo, a identificação de gênero (macho e fêmea) passa pela obviedade do sexo biológico. Homens têm sua genitália específica, e também a mulher. Foi assim que Deus fez.
Parece tolice ter que repetir o óbvio e trazer à mente o fato de a grama ser verde, porém, a pós-modernidade trouxe à agressão a verdade.
Ao escrever este texto não busco mudar nem convencer alguém de nada, pois para quem trata a grama como vermelha, vermelha é.
Precisamos ressaltar a defesa da verdade objetiva; daquilo que se vê, e contrapor às verdades subjetivas de uma classe de pessoas que nos parece ter rompido com alguma sinapse cerebral e passou a querer adequar a realidade dos fatos à subjetividade de seus desejos.
Por que é necessário falar? Simplesmente pela defesa da verdade e daquilo que é e vemos, e não nos curvarmos a um discurso que transforma a realidade e nos obriga a adequarmo-nos contra nossos próprios olhos.
Não quero mudar ninguém, impor minha visão ou tratar com pré-conceitos a quem vê a grama vermelha, mas preciso ressaltar que o direito de dizer que a grama é verde é inegociável e que eu dizer sobre a verdade verde não fere a vermelhidão de ninguém.
Mas de onde vem o discurso que tenta mudar a realidade e transformar o verde em vermelho? Muito pode se dizer. Escolas de filosofia, movimentos culturais, comunidades de cunho sexual, política identitária, etc. Porém, nasce do coração humano, perdido, soberbo e distante de Deus, e logo, da Verdade.
Os avanços têm sido rápidos. Os cartórios brasileiros registraram o maior número de mudança de nome e de sexo de pessoas trans, no primeiro semestre desse ano, desde que o Supremo Tribunal Federal autorizou essa alteração. O Jornal Hoje mostrou que foram mais de 1,2 mil de alterações - 43,7% a mais que no primeiro semestre do ano passado.[1]
A reportagem mostra o avanço nos números em relação à mudança da identidade original. A certidão de nascimento com o nome segundo a biologia é alterada após a pessoa se ver ou se reconhecer como sendo de outro sexo, porém não identificado com sua biologia. Subjetividade.
A discussão vai além do direito da pessoa trans querer adequar seu nome e buscar essa ressignificação que diverge do biológico. Assunto delicado e que precisa ser tratado primeiramente com respeito. De ambas as partes. Daqueles que lutam por essas mudanças e daqueles que apontam que há algo que não se adequa à realidade. Assim também, ressaltar que não é falta de respeito ou qualquer tipo de fobia, mas antes o direito à verdade e suas declarações.
Estamos no limiar da História. O ser humano busca de todas as formas sua identidade plena, que lhe sacie e que o faça feliz. Continuamos à busca do jardim perdido, do lugar de descanso, de Deus e do Eu.
Somos e sempre seremos apenas e maravilhosamente aquilo que Deus fez e nos projetou a ser.
A grama é verde.
- Pr. Bruno Barroso Pastor Auxiliar
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[1] https://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2022/07/20/primeiro-semestre-de-2022-tem-o-maior-numero-de-alteracoes-de-nome-e-sexo-em-cartorios.ghtml