(Malaquias 2.10-16)
Malaquias - o último dos profetas do Antigo Testamento - traz em seus oráculos algo difícil de se ouvir. Sua palavra direcionada para a liderança espiritual e o povo de Israel veio cerca de 100 anos depois do decreto misericordioso de Ciro, que libertou os?cativos da Babilônia, publicado em 537 a.C. A cidade e o templo já haviam sido reconstruídos e a vida no reino de Judá parecia estar voltando à normalidade. Contudo, a lei mosaica não era obedecida, os divórcios se multiplicaram e a moralidade, de modo geral,?descambou-se.?
Por outro lado, Deus levanta o profeta Malaquias para apontar a mediocridade dos sacerdotes e do povo. Já no início do seu livro, no cap. 1.1, o Senhor profere uma sentença?contra o povo de Israel. A palavra sentença no original significa: peso, fardo, grande acusação.?
Deus, apesar de Seu amor e cuidado para com o Seu povo, o confronta chamando-o de volta para a adoração verdadeira e?sincera. A despeito dos pecados do povo, Deus ama incondicionalmente, mas?exige estrita obediência e zelo na adoração.
No cap. 2 (versos 5, 6 e 7), é descrito o sacerdote ideal: que teme ao Senhor e lhe obedece, que recebe a Palavra e a ensina; que vive o que ensina e que afasta os outros do pecado. No entanto, os sacerdotes na época de Malaquias faziam as pessoas tropeçarem (2.8) e violarem a Santa Aliança. Deus rigorosamente repreende a liderança e o povo, exemplificando com aquilo que se tornará comum em Israel, o divórcio. Deus odeia o divórcio, pois é a quebra da aliança entre marido e esposa, e entre eles e o próprio Senhor.
O livro de Malaquias é atualíssimo para os nossos dias, pois nos alerta contra a frieza espiritual no presente século, que assola um coração voltado para si mesmo. Todo o desvio da verdadeira adoração começa única e exclusivamente no coração do adorador. É do coração que procedem as fontes da vida (Provérbios 4.23). Todo grande tombo começa com os pequenos tropeços. Como o reformador Calvino disse: o?coração do homem é uma fábrica de ídolos. Se o Senhor Jesus não for entronizado no centro dele (do coração), algo será.?
Então, como guardar sempre o nosso coração em Cristo? Faça a si mesmo as seguintes perguntas: Tudo que tenho ou faço glorifica a Deus? Tudo que pretendo fazer ou ter está em conformidade com Cristo? Minha adoração está apoiada naquilo que o Senhor me dá ou no discipulado de Cristo??
Um outro ponto crucial para sabermos se realmente o Senhor governa o nosso coração é medir o grau de confiança que temos nEle. E isso é feito por meio pessoal e intransferível, entre o Senhor e cada um de nós, individualmente. É na provação que somos aprovados por Deus, ou seja, somente confiaremos no Senhor se pela fé formos provados e aprovados por Ele.?
"Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam (Tiago 1.12).
Portanto, lembre-se que, por causa do pecado, o coração sempre precisará?ser redimido, e somente Cristo poderá fazê-lo. Então, deixe o Senhor Jesus comandá-lo. Comece do seu coração.
- Pr. Milton Fernandes Pastor Auxiliar